
Já como cidadã, a quem foi dado o privilégio de ter um espaço público de intervenção, tenho a obrigação e a imposição moral de como tal exercer o meus deveres para abrir "mentes" e activar reacções.
Vem isto a propósito de uma consulta que dei há cerca de três semanas e que me pôs completamente fora de mim. E não é a primeira nem a décima vez que isto acontece.
Ao solicitar análises à paciente que tinha na minha presença, verifiquei que havia vários parâmetros analíticos relacionados com a função renal, tiroideia e hepática com valores absurdos. Como a paciente tinha já mostrado os exames à sua médica de família (que, como eu, ficou estupefacta), perguntei-lhe o que se tinha passado para órgãos tão diferentes estarem simultaneamente e tão bruscamente afectados. Não sabia, mas tinha já feito várias ecografias em nada conclusivas e só tinha realizado análises porque dera entrada nas urgências do hospital devido a uma grave crise de hipertensão, nunca antes anunciada ou manifestada.
A certa altura diz "... e o pior é que engordei 14 kg desde Junho". Junho deste ano, ou seja, em três meses e meio! Perguntei incrédula. Como é isso possível? O que mudou na sua vida desde então para ter este aumento tão brusco de peso? Nada, retorquiu, continuo a comer o mesmo. Insisti que não era possível, nem que fizesse muito exercício e parasse abruptamente. Algo teria que ter mudado, e muito. Nessa altura, abriu o jogo e confessou que poucos meses antes desse episódio tinha iniciado um tratamento para emagrecer numa clínica (da qual não referiu o nome), tendo-o interrompido depois de dar entrada no hospital. Ou seja, apesar de ter noção de que teria sido o dito tratamento a provocar-lhe todas as alterações orgânicas sentia vergonha de o admitir. E é o que acontece geralmente a quem procura essas soluções "milagrosas", sabendo de antemão que poderá vir a sofrer graves consequências.
Situações como esta continuam a acontecer diariamente perante a impunidade total dos seus causadores que enriquecem alegre e rapidamente à custa da (falta de) saúde do próximo.
Todos sabemos como é difícil perder peso, sobretudo quando se gosta muito de comer. Todos sabemos da luta interior de quem gostaria de perder peso mas também gosta muito de comer. Todos sabemos do negócio escandaloso que singra à custa do desespero de quem tem excesso de peso. O que muita gente não sabe são as terríveis consequências de alguns tratamentos prescritos por "reputados" médicos ou clínicas que se intitulam especialistas sem que para isso tenham a respectiva especialidade. Usam e abusam da prescrição de medicamentos e, o mais grave, é que os efeitos secundários que daí advêm geralmente não lhes dizem respeito. Disse-me, a propósito, uma pessoa que tendo sofrido problemas graves de saúde com o "tratamento" de um desses "especialistas", lhe telefonou a dizer que tinha sido internada de urgência por causa da medicação excessiva e desajustada a que tinha sido sujeita. Resposta: "quando a mediquei foi para lhe fazer bem...". Sei que houve entrada de um processo na Ordem dos Médicos, mas não sei como acabou esta história. Uma entre muitas outras.
É ilícito e imoral enriquecer à custa da necessidade das pessoas e de uma das poucas coisas que o dinheiro não compra: a saúde! "
Paula Veloso Nutricionista
Olá, irei começar a postar apenas uma mensagem por semana, para que cada semana possamos falar de um tema ;)
ResponderEliminarPassem por cá, comentem...
LC
O amanhã nunca morre, por mais "amanhãs" que venham ;)
ResponderEliminarExactamente, dedicação mta dedicação... insiste insiste lol hehe
Bem vindas anónimas conhecidas, já tínhamos saudades vossas, o "espertinho" burro tem de se dedicar mais mas é a outra coisa :P
HEHE
ahh commentem para aki ;) sff
jokas
LC
Quem é espertinho e burro? Como é isso possível? I don't thing so...
ResponderEliminarYou, do you remember me like I remember you??
Feliz por ti...